quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Cesare Pavese

 “Traveling is a brutality. It forces you to trust strangers and to lose sight of all that familiar comfort of home and friends. You are constantly off balance. Nothing is yours except the essential things – air, sleep, dreams, the sea, the sky – all things tending towards the eternal or what we imagine of it.” 

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

É Dada a Largada


Amigos organizando festas Brasil afora e basta passar o carnaval para se pensar em ano novo.  Mas alguma coisa em mim estava diferente este ano. Claro que é sempre maravilhoso dividir o primeiro brinde com amigos da vida toda. Mas algo me dizia que, mesmo eu tendo passado a vida em vários lugares do Brasil, com várias pessoas, de certa forma, foram todos igualmente lindos, mas iguais. As mesmas tradições, a mesma emoção e principalmente, a mesma segurança. Era praticamente impossível o réveillon não ser maravilhoso.

E foi neste ponto que entendi porque nenhum dos lugares lindos para os quais eu havia sido convidada me animavam. Eu queria o oposto do que estavam me oferecendo. Eu não queria garantia de uma festa cheia de amigos. Não queria garantia de ter coco gelado me esperando na praia. Não queria a certeza de encontrar uma moqueca, casquinha de siri ou qualquer outro prato que eu sabia, era delicioso. Eu queria a busca. A novidade, a falta da certeza.

Lembrei das minhas trilhas de mountain bike. Quantas vezes fui a lugares lindos, descidas desafiadoras e por isso mesmo maravilhosas. Com o tempo, a mesma trilha continuava incrível, mas a falta de novidade facilitava as coisas e tirava um pouco da emoção. A beleza continuava lá, mas o novo não.

Um amigo falou, assim meio de brincadeira: Vamos para Tailândia? E eu respondi, sem nenhuma brincadeira: Vamos. Eu sempre sonhei conhecer o lado de lá da Ásia. Fui à China a trabalho, mas não fui ao Camboja, Tailândia, Vietnã. Lugares que sempre estiveram guardados na parte em ficam os sonhos, o desconhecido, o incerto.

Eu ainda não sabia quem ia, nem mesmo se, de fato, algum amigo meu se interessaria em cruzar os oceanos, mas eu me decidi. Era pra lá que eu ia. Entrei na igreja dos modernos e fui logo para o nosso templo sagrado, Google. Tailândia. Na mesma hora apareceram milhares de fotos e informações. Todas, encharcadas e catastróficas. A maior enchente dos últimos 50 anos. Milhares de crocodilos soltos em Bangkok. Ninguém sabia ao certo o que aconteceria nos próximos meses. Estava tudo perfeito!

Quantas vezes temos a oportunidade de virar aquela chavinha do nosso destino, normalmente acionada acidentalmente, em plena consciência? Fui direto para uma livraria comprar guias sobre o lugar e naquele dia, 20 de outubro, começou a minha viagem para a Tailândia.