sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Meu melhor Companheiro

Navegando no Chao Phraya River
Ah se não fosse meu moleskine, presente da minha irmã Tamara.
Esta é outra dica valiosa. Anote sempre o que você achar importante, não se engane, especialmente numa viagem onde você está constantemente em contato com o novo, sua memória não dá conta de tanta informação. 

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Lao Tzu

 “A journey of a thousand miles must begin with a single step.” 

Muay Thai Bangkok

Esta noite promete, estamos assistindo a uma autêntica luta de Muay Thai.

Jim Thompson's House



Companheiros de Viagem.

O restaurante.
Se você acha que Bangkok tem apenas barraquinhas e caos, espere até conhecer a casa deste arquiteto americano. Mandado para Tailândia no final da II Guerra Mundial, como oficial da OSS ( uma organização que antecedeu a CIA). Mr. Thompson ficou fascinado pela seda tailandesa e a transformou num negócio lucrativo para ele e para Tailândia, motivo pelo qual é ainda hoje adorado pelo povo. O fato de ter desaparecido em 1967 numa viagem que fez à Malasia, também ajuda na áurea mitológica deste homem enigmático.
Para construir a sua casa, ele importou do campo várias casas altas, algumas tinham na época 150 anos. Desta forma, criou um conjunto de seis casas, todas especialmente preparadas para as monções.


Templo em homenagem aos deuses
Conhecer este lugar é como voltar um pouco na história. O bom gosto de Thompson é fascinante. Os móveis e as louças continuam intactos e bem preparados para a visita.
Notem que em todas as portas, existe uma madeira, que ao contrário do que parece, não serve apenas para que nós ocidentais tropecemos. Este é um antigo costume para impedir os espíritos maus (acreditavam que eles rastejavam) de entrar em casa.
Outro ponto interessante é o templo do lado de fora da maioria das casas tailandesas. Estas casinhas enfeitadas de flores e oferendas são sempre construídas voltadas para a face norte, de forma que a sombra da casa principal nunca faça sombra sobre ela, em sinal de respeito aos Deuses.

O restaurante cercado por um jardim maravilhoso e espelho dágua coberto de flores é uma ótima escolha para apreciar as delicias tailandesas. Comi um arroz com côco, curry ao molho de abacaxi, servido dentro da fruta. Delicioso. Os Smothies também são divinos. 

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Bangkok



Diversidade de especiarias, carnes e peixes secos

Palácio Real

Eu no Palácio Real
Nossa marinheira


Nada como acordar num hotel lindo. Encontrar amigos e começar tudo de novo.
O caos vira festa e o novo é só alegria.

Os templos e a loucura deste povo toma conta do cansaço e começo a entender porque este país é conhecido como Amazing Thailand.

Hoje o dia foi mágico, cercado de cultura e lindas fotos. Logo escrevo as novidades.

Por enquanto, deixo imagens que marcaram o dia.

Paul Theroux


“Tourists don’t know where they’ve been, travelers don’t know where they’re going.” 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Ralph Waldo Emerson


Templo do Emerald Budha, Bangkok
“Do not follow where the path may lead. Go instead where there is no path and leave a trail”.

Nocaute Técnico.

Mulher lendo tarô no meio da rua.

"Seja seguro, mas nunca subjugue o adversário."Eu deveria ter aprendido as palavras do meu mestre, Robson, em tantos anos de karatê.

Como sempre, quando chego a um lugar novo, prefiro ir a pé, assim me sinto mais à vontade e conheço as redondezas. Pedi ao concierge que me desse um papel com o nome do mercado onde eu gostaria de ir, escrito em tailandês. A distância entre o Lebua, meu hotel, e o lugar são exatos 5 Km, o que me deu a certeza de que poderia caminhar um pouco e em seguida pegar um táxi.

Logo ao sair, menos de 10 minutos depois, não sei bem como, só sei que não encontrava absolutamente nenhuma referência do mapa. Não sabia nem mesmo se a direção em que eu ia estava correta. Entrei num táxi. Mostrei no mapa e dei o papel com o endereço. Ele me olhou de forma gentil e disse que o lugar onde eu iria era muito caro e ruim. Depois de alguns minutos tentando entender, deixei que ele me mostrasse um lugar melhor, no caminho, pois pelo que ele disse, de lá eu poderia ir a pé ao tal mercado.

Deixei de lado meu sexto sentido e lá fomos nós, direto para  uma loja que me parecia o esconderijo do barba azul, provavelmente de sua sogra ou coisa assim. Expliquei que não queria fazer compras, só passear. "Ms want market. Market shopping." Ele me dizia tentando discutir o que de fato eu queria ou não. Como poderia pedir para ir a um mercado, se eu não queria fazer compras? Deixei as explicações de lado e pedi apenas que me levasse lá. Ainda com o sorriso simpático no rosto (li em meus guias que os tailandeses sorriem quando estão nervosos, chateados ou bravos), ele mostrou o preço e me mandou descer. Sem opção, paguei os Baht$24,00 (menos de US$1,00) e fui andando.

Descobri que até aquele momento, eu nunca soube o que de fato significava, estar perdida. Mesmo nas provas de aventura, quando paramos no meio do mato, se perder em português e em grupo é moleza perto disso.

Eu mostrava o mapa na rua à espera de uma direção. Esquerda, direita, reto. Mas todos apontavam para cima. Parei. Vi uma barraquinha com cocos. Eu estava salva, pelo menos da sede e do calor. Comprei um copo, Baht$20,00 (menos de US$1,00) e antes de sentir o sabor, suguei o canudinho até que todo o líquido estivesse devidamente instalado em meu corpo. E foi neste momento que meu estômago se revirou. Eu parei numa esquina, e como criança cuspi o pouco que sobrou no chão, diante dos tailandeses que me olhavam com um misto de espanto e pena. Não sei o que tinha lá dentro, mas só sei que não era água de coco.

Algumas horas depois, eu de volta ao Hotel
Duas horas depois, eu ainda andando com meu mapinha na mão e sem entender nada, ouvi o barulho de um trem e olhei para cima. Era isso! Eles estavam tentando me dizer para pegar o trem a caminho do mercado. Eu já me preparava para subir as escadas quando lembrei da dificuldade em andar de táxi. Imagina me perder num trem, com enjoo, fome e sem saber nem pronunciar o nome de onde eu deveria ir. Usando minha tática infalível de salvação em países estranhos, procurei um hotel. Encontrei um que parecia um palácio. Se do lado de fora, a 25 de março falava tailandês, dentro, eram as mil e uma noites e os Jardins da Babilônia. Mais uma palavra aprendida hoje. Discrepância. Extremos.

Vencida e ainda cansada, pedi ajuda para falar com o taxista e mostrei o endereço do meu hotel. Horas depois, aqui estou eu, de volta ao ponto de partida, mas cheia de lições. E não mesmo que temos que ter cuidado com o que desejamos.



segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Chegando

Depois de um banho delicioso, estou me preparando para dormir. O Lebua Towers é um dos hotéis mais lindos que já vi. Amanhã Bangkok me espera, vou dormir zzzz...

Bangkok 1 dia


Sanuk, Sabai e Saduak. Este é o lema dos tailandeses. “Sê feliz, fica tranquilo, contenta-te com aquilo que a vida te oferece”.

A primeira impressão que tive deste povo que nasceu às margens do rio Mekong há mais de 10.000 anos, foi de que têm o sorriso grudado do rosto. O que não significa que estão sempre alegres. Sorrir é também uma máscara que usam quando estão tensos ou sem saber o que fazer, coisa que acontece quase sempre quando estão diante de turistas como nós.

Em meu primeiro dia saí sozinha do hotel com a certeza de chegar até um dos milhares de mercados de seda (que em minha imaginação, estavam espalhados por toda a Tailândia). Pedi ao concierge do hotel que escrevesse em thai o nome do tal shopping. Depois de atravessar um exército de tailandeses sorridentes tentando me convencer de que hoje era feriado e as lojas estavam fechadas ou que eles poderiam me levar à única loja aberta da cidade, consegui finalmente entrar no táxi e entregar meu papel com as letrinhas desenhadas. Simpático, o motorista insistia em conversar na língua dele. Depois de tentar explicar que eu não falava thai, continuei a conversa em português. Logo, uma espécie de terapia multicultural tomou conta do ambiente colorido e cheio de penduricalhos. Tentei ler os nomes das ruas e me situar no mapa que ganhei da recepcionista. Impossível. Lá, pelo que imaginei ser o meio do caminho, o motorista fala a primeira palavra que aprendem. Shop. Eu, achando que havia chegado em meu destino, na tal feira imaginária, agradeci e paguei.

Fui deixada e escoltada até uma loja cheia de ternos e vestidos de noiva. Tentei entender onde estava. Nada. Chamei a dona da loja, que andava atrás de mim como uma sombra e perguntei sobre o tal ponto desenhado no mapa. O local onde eu deveria estar. Blada laksdh thdfsds. Ela despejou outro banho de tailandês sobre mim enquanto abanava as mãos fazendo sinais que me deram a impressão de significar longe, muito longe.

Saí andando sem rumo, esperando dar de cara com um tal mercado, afinal eu estava na Tailândia, tinha que ter um lugar cheio de panos pendurados. Na pior das hipóteses, pensei, vou chegar às margens do rio e de lá, pego algum barco para o hotel. Nada!

Já passava das duas da tarde. Quase três horas andando sem rumo. A barriga roncando. O telefone sem internet, o que fazia com que meus planos de usar o GPS ficassem no mesmo lugar que o tal mercado. O calor, junto com a poluição e as buzinas me levavam rapidamente ao estado de desespero e fome típico de uma criança que não tem a menor de ideia do que a espera.

Foi neste momento que avistei uma barraquinha com vários cocos, exatamente como os nossos. A sede e o calor estavam prestes a deixar meu corpo. Paguei o vendedor, que despejou todo o líquido num copo gelado e me entregou. A Bahia tomou conta do meu corpo e mergulhei com tudo. Faltava menos de dois dedos de água de coco quando voltei ao normal e me dei conta do que acontecia.

O coco, embora parecesse de fato com um coco, não era como o nosso. A água era horrível e o sabor tomou conta de todo o meu corpo até chegar no estômago vazio e pegar impulso para o grand finale. Por sorte, o jato não pegou nos pés do vendedor que, claro, não entendeu nada e ficou me olhando, pela primeira vez sem rir.

Mais algumas horas e muitos táxis errados e finalmente cheguei nocauteada
ao hotel, de onde eu nunca deveria ter saído, pelo menos, não sem antes aprender a me comportar neste país.

domingo, 25 de dezembro de 2011

A Jornada é a Melhor Viagem.


Aeroporto Barajas, Madrid
 “All journeys have secret destinations of which the traveler is unaware.” 
Martin Buber

sábado, 24 de dezembro de 2011

Começou

Sabe a tão conhecida sensação de ter esquecido algo? Dessa vez saí de casa imune.

Coisas de quem passou a semana arrumando a mala. Sem sensação estranha e sem remedinhos para dormir. Esqueci em cima da cama. Dias intensos virão.




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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Passando por Dubai

Faltando apenas dois dias para embarcar nessa aventura, ganhei dicas preciosas de uma amiga. Como meu voo passa por Dubai e lá esperaria por 6 horas, eu já estava começando a pensar em levar um tênis na mala de mão para dar uma corridinha anti fuso, quando soube que o aeroporto de Dubai é um dos maiores do mundo, e segundo informações internas, o melhor para fazer as comprinhas de viagem.

Pelo que vi no mapa, o tal aeroporto marajá tem até hotel, massagem, shopping center. Tem um terminal reservado apenas para os passageiros Emirates, eu! É possível contratar até serviço de guia. Também existe outra facilidade que me interessou. O processo de alfândega e entrada de estrangeiros é bem complicado, por isso, é possível contratar alguém especializado para ajudar a atravessar a barreira dos turbantes e chegar ao que interessa.

Sorte eu não ter decidido levar os tênis, ou precisaria de hospital ao invés de sala Vip. Acabo de ver que a temperatura lá está passeando pelos ponteiros dos 40º C.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Por que Montar em Elefantes?



Passear montada num elefante. Tem coisa mais incrível que isso? 
Enquanto pesquisava sobre este passeio, tão comum na Tailândia quanto andar de táxi em Nova York, uma questão surgiu.
Como estes animais selvagens se tornam tão dóceis?
Adestrando um filhote de elefante

Ou, como aquela linda escultura de marfim foi parar em alguma loja escondida e depois na estante da sua sala?

Caí na besteira de me questionar algo, ainda que me parecesse absolutamente normal. E foi aí que me dei conta do preço da informação.

Por isso, se você pretende andar nas costas de um elefante, ou comprar uma peça de marfim, é melhor parar de ler esta matéria.
Quem se preocuparia com tantos elefantes sendo massacrados, tendo suas cabeças arrancadas enquanto ainda sangram até a morte? Este é um assunto pesado, melhor mudar e falar de coisas boas, não é? Afinal, vamos sair para as férias, praia, deixe os assuntos pesados de lado. O marfim é um artefato lindíssimo. Seu tom é tão espetacular que até nome de cor já virou, mas quer saber? Eu quis.

O povo tailandês, diferente de nós, ocidentais, tem uma cultura milenar, aprende o que aprenderam os mais velhos e fazem o que é preciso para ganhar o dinheiro necessário para alimentar os filhos, mesmo que isso signifique torturar elefantes presos numa jaula, até que eles “aprendam” a ser dóceis e entendam quem manda, quem é o animal inteligente.

Mas por que eles precisam maltratar os elefantes? Por que eles precisariam de marfim? Eles mal têm estantes para guardar objetos. Nós temos.
Nós temos casas decoradas ao estilo africano com patas de elefante cortadas para serem usadas como bancos e combinarem com a cabeça do tigre pendurada na parede.

Africanos exibem o troféu depois de matar os animais
Nós temos criatividade. Nós somos tão geniais que conseguimos empalhar animais mortos de forma tão perfeita que eles ficam idênticos aos vivos. Somos tão geniais que estamos criando um mundo todo à nossa semelhança. Um mundo onde elefantes se deitam para que nós, seres superiores, montem e passeiem pelas nossas terras. Somos nós, os donos das matas, florestas e rios, hoje poluídos por nossa genialidade.

Nós somos mestres em recriar mundos, tanto que em breve, quando os animais selvagens desaparecerem, vamos viver num Bush Gardens. Imagina que maravilha, poderemos até controlar a altura do rugido de um tigre. Quem sabe ainda possamos criar um mar artificial, com golfinhos de controle remoto? Teremos que inventar um capacete para guardar nossa mente genial e fabricar nosso próprio oxigênio. E nesse dia seremos soberanos, donos do mundo e os únicos seres vivos sobre a Terra.

Por isso, antes da festa acabar, quem sabe seja bom começar a se questionar sobre as mágicas.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011


Faz tão pouco tempo que decidi viajar, mas sinto como se tivesse planejado esta viagem durante anos. A situação agora é bem diferente de quando decidi conhecer a Ásia. Depois de muitos livros, pesquisas e encontros com pessoas que já foram à Tailândia, não só descobri tudo o que precisava, como encontrei muitos companheiros de viagem. Se no início eu pensava em ir com dois amigos, agora são 17.

Criei um grupo no Facebook sobre a viagem e não demorou para outros amigos se animarem. Os amigos dos amigos também gostaram da ideia que agora se tornou um fato.

O mais interessante é que quase ninguém vai no mesmo voo. Vamos nos encontrar em Bangkok. Precisamente no Sirocco, no topo do Lebua Hotel em Bangkok. Para quem não sabe, como eu não sabia, este é um dos restaurantes mais bacanas do mundo e é de lá, que os amigos malucos de Hangover II descobrem que estão a ponto de começar outra aventura. O Lebou Hotel será também o nosso ponto de encontro. Dia 29 de dezembro, cariocas e paulistas, moradores do Rio, São Paulo, Londres e Piracicaba, farão um brinde ao começo da nossa aventura, que agora já tem roteiro, hotéis pagos e passagens emitidas. Foi dada a partida e vocês vão nesta viagem comigo.